Ex-soldado da PM é condenado em Salvador a mais de 13 anos pela morte do menino Joel

Crime ocorreu em 2010 durante operação policial; tenente responsável pela ação foi absolvido.

Em uma decisão judicial que demorou quase 14 anos para ser concretizada, o ex-policial militar Heraldo Menezes foi condenado por homicídio qualificado pela morte do menino Joel da Conceição Castro, que tinha apenas 10 anos na época do crime. O incidente ocorreu durante uma operação policial no Complexo do Nordeste de Amaralina em novembro de 2010, onde Joel foi tragicamente atingido por um tiro na cabeça dentro de sua própria casa.

O julgamento, que ocorreu no fórum Rui Barbosa, estendeu-se por dois dias, culminando nas específicas de Menezes a uma pena de 13 anos e 4 meses de prisão. Contudo, de acordo com a legislação vigente, o réu permanecerá em liberdade até que não haja mais possibilidade de recurso da decisão.

O tenente Alex Inaldo Santana, que liderou a operação no momento do trágico evento, foi absolvido pelo júri. O Ministério Público, representado pelo procurador Ariomar Figueiredo, anunciou que irá requerer a decisão de absolvição, reafirmando o compromisso em buscar justiça para o jovem Joel.

Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Os detalhes do caso revelaram uma série de disparos efetuados pelos policiais ao entrar na comunidade, o que foi corroborado por diversas testemunhas. Estes alegaram que os tiros surgiram antes mesmo de qualquer confronto aparente com criminosos na área, contrariando a versão dos policiais de que houve troca de tiros com suspeitos.

O pai de Joel, também chamado Joel Castro, um conhecido capoeirista da região, expressou um misto de colapso e dor após a sentença. “É um intervalo para a família, mas isso não traz meu filho de volta”, disse ele em uma conversa emocionada com a repórter Lorena Dias Formiga. A comunidade local, marcada por anos de violência e operações policiais, acompanha de perto o revelador dos acontecimentos, esperando que este caso possa trazer alguma medida de justiça e mudança para o futuro.

Este caso complexo e de grande repercussão continua a ser um foco de tensão e debate sobre a ação policial e a proteção dos direitos das crianças em áreas de conflito urbano.

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