Executivo do BTG Pactual compara governo Lula com gestão de Dilma e preocupa mercado financeiro

Críticas severas e comparações com governos anteriores marcam declarações de André Steves sobre a atual gestão de Lula.

São Paulo – Em recente evento, André Steves, figura de proa do BTG Pactual, expressou preocupações severas sobre o rumo da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo semelhanças com os mandatos de Dilma Rousseff, referidos negativamente no meio financeiro como “Dilma 3“. As observações de Steves foram captadas pela Revista Oeste durante um jantar privado e têm circulado amplamente, provocando discussões acaloradas no setor econômico.

O executivo salientou que o governo Lula parece adotar uma postura mais ideológica comparada a seus primeiros mandatos em 2002 e 2006, o que, segundo ele, tem contribuído para uma falta de apoio político e uma redução na eficácia governamental. Esta mudança de tom é especialmente preocupante para o mercado financeiro, que teme repercussões nas políticas econômicas e na estabilidade monetária do país.

Um dos tópicos mais sensíveis discutidos por Steves foi a iminente mudança na presidência do Banco Central, com Gabriel Galípolo potencialmente assumindo o cargo. O mercado financeiro está apreensivo com a possibilidade de que as políticas continuem no mesmo patamar, especialmente no que se refere à taxa de juros, que, segundo analistas, precisa ser manejada com cautela para evitar inflação descontrolada.

Executivo do BTG Pactual compara governo Lula com gestão de Dilma e preocupa mercado financeiro
Executivo do BTG Pactual compara governo Lula com gestão de Dilma e preocupa mercado financeiro

Além disso, Steves comentou sobre as projeções para as eleições de 2026, sugerindo que Lula poderia enfrentar dificuldades significativas para reeleição devido ao desgaste de sua imagem e às decisões econômicas recentes. Ele mencionou que figuras como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas, dependendo de como suas popularidades evoluem, poderiam emergir como candidatos fortes pela direita.

Em um contexto mais amplo, a gestão fiscal do governo também foi questionada. Relatórios do Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem que o Brasil não cumprirá as metas fiscais estabelecidas para 2024, com um déficit primário projetado de 0,33% do PIB. A dívida pública brasileira, segundo o FMI, tende a continuar crescendo, o que coloca o Brasil atrás apenas do Egito e da Ucrânia em termos de maior dívida pública global.

O mercado de títulos também reflete essa incerteza, com leilões recentes mostrando uma baixa procura por parte de investidores estrangeiros, apesar das altas taxas de retorno oferecidas. Este fenômeno sugere um decréscimo no apetite dos investidores internacionais por ativos brasileiros, uma situação que pode aumentar a pressão sobre o real e impactar negativamente a bolsa de valores do país.

As declarações de Steves refletem uma tensão palpável entre o governo e o setor financeiro, sinalizando um período de incerteza e possíveis desafios econômicos para o Brasil nos próximos anos. As reações do mercado às suas previsões e a resposta política que se seguirá serão cruciais para determinar o futuro econômico do país no cenário global.

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