Responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia e por mais de 450 mil empregos diretos, o setor industrial baiano vive uma fase de recuperação com perspectivas otimistas para os próximos anos. Em 2023, a indústria foi responsável por mais de R$ 17 bilhões em arrecadação de ICMS, contribuindo com 67% das exportações do estado. Esses números colocam a Bahia como a maior potência industrial do Nordeste e a 8ª do Brasil em desenvolvimento industrial, especialmente no segmento de transformação.
Um setor que sustenta a economia baiana
O desempenho do setor industrial baiano tem sido crucial para a economia local. Apesar de o Brasil apresentar um crescimento econômico modesto, a indústria da Bahia tem conseguido se destacar, principalmente em áreas voltadas ao mercado interno como:
Alimentos
Bebidas
Couro e calçados
Esses segmentos têm mostrado resiliência e potencial de crescimento contínuo, em especial com a retomada de programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida, que aquece o setor da construção civil.
Desafios estruturais ainda impedem avanços maiores
Apesar dos bons resultados, a indústria baiana enfrenta obstáculos importantes. De acordo com especialistas do setor, dois fatores principais precisam ser enfrentados:
1. Transição energética e reposicionamento internacional
Embora a Bahia seja destaque em fontes limpas — com forte geração de energia solar, eólica, biomassa e até potencial em hidrogênio verde —, ainda é necessário que essa produção se transforme em base para um novo perfil industrial. A transição energética não depende apenas da geração: é preciso criar cadeias produtivas que integrem essas fontes ao parque industrial.
2. Custo Bahia e infraestrutura
O chamado “custo Bahia”, uma variação regional do “custo Brasil”, ainda é uma barreira. Isso inclui problemas em infraestrutura, transporte e gargalos logísticos. Além disso, a qualificação da mão de obra continua sendo um entrave, reforçando a necessidade de investimentos em educação técnica e profissionalizante.
Segmentos com maior potencial de crescimento
Segundo análises do Observatório da FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), setores com forte apelo interno e investimentos previstos tendem a liderar o crescimento industrial nos próximos anos. Entre eles:
Construção Civil
O reaquecimento do setor está diretamente ligado à redução da taxa de juros e ao retorno de grandes obras públicas. A expansão de programas habitacionais e o investimento em infraestrutura urbana geram empregos em cadeia e movimentam outros setores.
Energias Renováveis
A Bahia já se destaca como líder nacional na produção de energia eólica e solar, somando uma geração que rivaliza com a potência da Usina de Itaipu. Esse é um ativo estratégico, que pode colocar o estado à frente na nova economia verde.
Mineração
Outro destaque é o setor de mineração, que ganhará força com a entrada em operação da montadora chinesa BYD em Camaçari. Com investimento previsto de R$ 5 bilhões, a fábrica deve iniciar a produção entre o final de 2025 e o início de 2026, gerando um grande impacto na economia local e regional.
Perspectivas para 2025: otimismo cauteloso
Apesar do cenário internacional instável e da dependência de insumos importados em alguns setores — como a petroquímica —, as expectativas para o setor industrial baiano são positivas. Com políticas públicas alinhadas, investimentos estratégicos e melhoria na infraestrutura, o estado pode consolidar sua posição como polo industrial de destaque no país.
A indústria da Bahia é um pilar da economia estadual, não apenas pelos números expressivos em arrecadação e empregos, mas também pelo seu potencial de liderar a transição energética e fortalecer a cadeia produtiva nacional. O desafio agora é transformar esses ativos em crescimento sustentável e inclusivo, promovendo inovação, educação e competitividade industrial.
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